sensação estranha.


Onde meus pés pisam não se formam pegadas, não existem calçadas nem ruas ao menos. Ando sem rastro, apago meus passos, sem mesmo querer. A brisa que me toca não me contorna, transpõe apenas. Meu cabelo não desarruma, desatina ou voa. Minha roupa não amassa tampouco suja, meus sapatos são limpos. Meus olhos não suam, meus poros não choram, minhas unhas não arranham. Eu não sinto. Sou apenas juízo, sou apenas ideia, sentimento, fantasia, somente sou. Minha marca racionaliza, minha forma enquadra e debate, minha aparência conversa, mas não assusta, minha reputação inexiste, minhas roupas não vestem a mim e meu único domínio físico é o sorriso.  

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