Em meados da vida.


Adolescência? Um paradoxo!
Uma história sem nexo
Onde da criança se faz o homem
De uma forma disforme
Com um pensar desconforme
O hoje não é mais o ontem

De toda a magia que se sabe
Não há nada que se fale
Para remediar as decepções
Neste enredo castigado por canções
Cheio de encontros e despedidas
Não se sabe o que realmente vale

Ser seguro é raro
Se severidade custa caro
Dói sentir cada palavra açoitar
E de cada palavra retirar
Um bom tempero para o prato da vida
Tendo bons sabores para arriscar

Como custa ter personalidade
Nesse tempo molhado de inverdades
Cuja verdade não costuma emanar
Resta ao adolescente tentar encarar
Colocar sempre à prova seu gosto, sua moda
Ter disposição, mesmo com sono, para honrar

O tenso fulgor do novo corpo
Tende a arrepiar cada parte do rosto
Acelerando as batidas do coração
Gelando a barriga essa nova tentação
O prazer que surpreende a realidade carnal
Cada toque, mão com mão

Há na vista um estilo bacana
Basta coragem e uma boa grana
Para inventar e fazer loucura
Mocidade é tempo de sandice
Fazer muita maluquice
Só depois ser com candura

E como é longa a estrada
Cheia de sonhos, marcada por pegadas
Há sempre espaço para razão e emoção
Viver escurecido à procura de um clarão
É uma sina perigosa de ser carregada
Mas vale a pena insistir no poder da chegada

De todas as flores e espinhos que se vê
Muito amor e muito vinho pra conhecer
Ô período difícil esse de adolescer
“Adultecer” nos espera, só resta saber
Qual o valor da serenidade, do amor
Da verdade que há no calor de viver?

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