curso do rio.


Na imensidão verde, água lodosa, uma alma turva sobressai do meio impregnado de sordidez. As imagens vertiginosas, pálidas e sombrias, se esvaem sobre a luz do sol, que ao meio dia, pinta o céu d’ouro, os raios invadem a água inócua. Inoculam os olhares perenes. Brisas maquiam o cerne das paragens, ervas daninhas, folhas soltas, secas, loucas, que produzem a psicose do inconstante, do frenesi psicodélico, lento e venoso. A seiva das pedras comprime o ar manifesto de natureza. Uma natureza sem nome, sem deus ou predador. Sem viventes. Sem peças de encaixe na cadeia, sem rastejantes de porão. A natureza casta, envelhecida, embevecida, enrubescida por seu instinto inerte. A consciência do improvável instinto, do que se diz, do que se pensa, do que se confabula. Ela observa calada, hilariantemente insana. Os movimentos de vendaval, a poeira assentada, o barro pisado, molhado, a água clara, também a suja, mais vulgar. As cores do lado dispostas num coral caiado. A corrente que despoja as margens nuas segue o fluxo do infinito, do passivo, do correspondente desalmado. A carcaça da ovelha, sua lã, uma ovelha tísica decerto morria pelo despego da natureza indigente e pagã. O mundo habita sua sina assim, sem mais nem menos, ditando sem palavras, o que se obedece inquestionavelmente, sequenciando uma sintonia chula.                   

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