Três.

São dilemas. Dilemas somente. Coisas que preocupam e te fazem silenciar, te jogam em pensamentos e receios eternos de um ser errante. Dicotomias psicóticas, alumbramentos e perspectivas longas, intensas. São beijos demorados que repicam na cuca por dias. A ânsia que sobe e desce, um frio na barriga sem causa, a vontade de um cigarro que não sai da boca, o desespero engarrafado e vendido em doses. Os ouvidos que anseiam por uma palavra pura, a sensação que insiste em resistir, a frieza do amanhecer, o olho duro para um carinho sincero, mágoas sem fim nem causa, dois nomes, duas opções, dois amores, duas cervejas, duas famílias, dois.
E que desses dois partem universos particulares, deles ficarei indo e vindo, num carrossel, numa escada, onde há escolhas, sentidos, direções e remorso de não ter agradado, arrependimento do que não se fez, não quis ter dito isso e esteve no lugar errado, vai despedaçando-se, a cabeça que dói, o barulho mais forte, olhos vermelhos e cansados, o corpo que desiste de gestos não reconhecidos, a imagem da dualidade descarada, repartições, gêmeos, segredos conspirando desejos, palavras que trafegam, permeiam os três, um para dois, meio, meio bobo, que não pára e alcança, onde estiver, angústia.

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