A tara retraída.
Tive
um dia cheio de fantasias sexuais. Muito tesão, desejos eróticos de passar o
réveillon transando, lugares para se transar, transas enfim. Transes em
preliminares insanas, sexo tântrico varando as horas de uma quarta-feira
cálida. As curvas das mulheres se faziam protuberantes, suas bundas
avantajadas, redondas e empinadas, cobertas por calças ou vestidos cruéis. Os
passos firmes tremulavam as coxas ríspidas, que, uma depois da outra,
cadenciadamente, mostravam exuberância de uma leoa lis bela, dentes alvos para
mordidas no pescoço, violência e desejo. Os pés pisando seguramente traziam ao
corpo uma firmeza digna de montanhas sensuais, envoltas em auroras boreais
vermelhas, neons de sex shop. Seus seios esféricos, pontudos ou fartos e
retraídos davam às minhas mãos o desejo de possuí-los, acariciá-los, iniciá-los
num ritual voluptuoso de excitação dos sentidos, os olhos que saltam e
percorrem o corpo nu de cabo a rabo, os ouvidos percebendo os sons de cada
parte, o vento atacando o corpo e delineando uma silhueta luxuriante, o nariz
experimentando os aromas extravagantes do corpo feminino, o perfume dos seios,
o odor instigante do suco genital, os suores que perfazem a pele, o cheiro
indefinível do sexo na ponta dos dedos, o feromônio dos casais de última hora;
o paladar que degusta a mais divina das iguarias, o apetite incessante pela
pele morna, a boca salivante de lábios brilhantes e carnudos faz luzir o mais
duro dos olhos. Os mamilos contraídos se dilatam na boca, o roçar da língua
espiralmente, um sabor incógnito cheios de incandescências e malícias, amoras,
pimentas e morangos, com menta ou língua embravecida. O caminho da alegria ou
da perdição, os pelos que vão do umbigo delicioso até o púbis ou monte de
Vênus, precipício do que mais se caça: a vulva, seus lábios e pontos fatais. O
tato entra para alcançar o ápice das sensações paradisíacas ou a devassidão
extrema, a cópula com genitálias entrelaçadas, talvez o sentido que englobe os
demais, iniciado à primazia de uma ereção qualquer.
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