A maré dos rios e ruas.



Vejo meu reflexo
na água cinzenta
Um pássaro pia
sua existência.

Marolas recordam
Um além-mar paternal
E o Recife é uma
miniatura lúdica
de tudo que há.

O velho observa
a maré cheia de vida
Experiências submersas
À escura superfície escura
Que muito nos diz

O rastro da canoa se destaca
E as garças povoam
o mangue soturno.

A profundidade da maré
Destoa um canto psicodélico
Um maracatu triste
Numa tarde dourada.

A Aurora embebida na lucidez
Do último segundo de vida
Vive. Vive. Vive...

Meu corpo despido sobrevoa a cidade
E rajadas de tiros perfuram-me:
Eis que caio ao mar!

Flutuando um Recife
com amor e sem fé

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