Revista Ilustrada
O meu blog é uma província
onde criei o meu costume
Tirei do nome a honraria
Transformei-o numa praça
Quero passear todos os dias
Sem que a indiferença me tome
E da praça foi crescendo
Hoje becos e ruas ermas
A estória ruma errante
Cuido para que procrie
E em cada prédio há
Um pouco de mim
A fachada da província
Pouco explica do interior
Ilustra de forma lúcida
Mas ainda raquítica
Cada palmo de terra úmida
Abriga minha raiz insana
Pelos puteiros do lugar
Nenhuma puta no desamor
A igreja vazia e santa
O hospital sem doentes
Mas a biblioteca inflamada
Faz jus às letras da língua
Rente ao muro a tabacaria
Um senhor de chapéu e óculos
A percorrer a natureza
Homens e mulheres nus
No céu um sol pálido sempre
Que enfeita o clima agreste
E assim segue a vida
Dos que não foram
Preferiram viver nessa merda
De cidade subdesenvolvida
Os patriotas daqui sobrevivem
Mesmo viciados em tudo
Mesmo controversos à minha lei
Que nada rege, mas permite
Vou tocando a sinfonia
Um blues sanfonado a frevar
Seguem minha batuta patética
Eu mesmo e depois a vida
Que enleio sob meus olhos
Até cerrá-los...
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