Embriaguez
Um tísico constante vibrando a
vida dentro de um copo de cerveja, em busca da saciedade do insensível. Quando
a certeza lhe estorva o coração, procura novas sensações sobre a
vida pagã que leva. Sem perdão ou elogio, ele adentra no campo
da loucura breve e dissoluta, que desapegada de moral, pelo prazer, pela glória
dos que ficaram, somando à população um sem número de combalidos bebedores, que
apostam uma novidade qualquer no meio do mundo. Além disso, as mulheres, compreensivas
que são, viveram no mundo da sujeição, legitimando babaquices, leviandades e
demais excrescências citadinas.
É bem fato que do mato também
surgem maledicências e a impuridade cristã. É dessa fraqueza que o capitalismo
se nutre, habitando cada convés de putaria e voyeurismo que existe. É nesse plano
que procuramos nos purificar ao máximo, para que sejamos eliminados da lista obscura
infernal e sejamos mandados para uma coxia de vida, onde aguardamos o sinal de
entrarmos no palco e cantarmos uma paródia qualquer das nossas vidas genéricas.
É assim que aprendemos a viver, usufruindo da pobreza de espírito e da
inutilidade, onde mais se investe. Essa é a poesia que desintegra meu
pensamento, que explora cada centavo do que possuo enquanto gente.
Treinados para sermos macrófagos
viciados. Diante dos nossos olhos essas frases se sucedem, mas ignoramo-las. A
vida é um pouco mais complicada e distante e por isso subterfúgios. O consumo
foi-nos obrigado, tornando-se a disfunção narcotizante que fazemos quando nada
fazemos. E somos treinados para sermos ocupados e vadios simultaneamente. A
linha tênue entre a rotina estafante e o tédio guia o anúncio midiático. Eis
que tropeçamos na escolha e resolvemos trabalhar numa merda de emprego: a expectativa
do feriado será entorpecente, estressante, cerceará nossa tranquilidade e o
nosso prazer em viver. Essa é a estratégia lúgubre, onde partimos sempre em
desvantagem.
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