Recifessência.


Já passeei o Recife inteiro
E por onde passo, me encanto
Vivi na avenida Recife
E hoje estou na Rua Rio Capibaribe
Caminhei pelas Areias onde pisou um Cordeiro
E esta cidade carrega um pedaço de mim

Como que as minhas impurezas
E o tempo que guardei injúrias
Incertezas de outrora
Sentimentos de luxúria
Não admiro que tema o pecado
Porque a vida se faz da carne
E dela não se abdica.

É na carne que rendemos os nossos préstimos
Onde fazemos sacrifício da nossa alma
Apresentando o que há de mais íntimo
De mais sacro-profano
Em nós.
E nela se morre profundamente a cada instante.

Tudo isto aprendi nesta cidade imunda.
[Cada um que chegue e deixe um insulto
Ela não se importa, porque é sólida
Rochosa, vertical e protuberante

Porque inspira seus viventes a progredirem
Pra dentro dos manguezais das almas
Buscando encontrar sossego e aconchego no abraço

Talvez a ausência de certeza de retornar pra casa
amedronte a quem tenha estômago fraco
Mas a vida grita, sangra, urge
Na nossa cara, na nossa fronte
E não há quem se envergonhe da beleza do Recife
Que carrega essa alma e mil outras
Em seu seio maternal.

Comentários

Postagens mais visitadas