transgrida


O que me falta
É a minha única certeza
Porque dentro de mim há dois caminhos
O terceiro é o dia seguinte
É a fase que resta

Mas decido
Porque o destino é inclemente
Um cão raivoso que me morde sem piedade
E se durmo, ele arranca cada pedaço
E se acordo, tenho seus olhos rentes aos meus
O cão nos dá sua fúria
Como o destino arranca cada segundo

Com um grafite nas mãos
Desenho a vida no papel
Mas há tantas possibilidades
Quantas? Tantas?
Se pudesse escrever um suspiro
Se pudesse escrever um pensamento
Se pudesse escrever até a mágoa
Se pudesse criar uma nova cor
Que fosse para uma nova direção
E dançasse em outro sentido
Mas há os poréns, as pedras

É preciso equilibrar a balança
Porque o que interessa não se pesa
E se a peteca cair, morre tudo
Morre mesmo
Morre o dedo em riste, morre o cigarro
Morre a fome, morre a morte e o que pensamos dela

Na minha letargia,
Não sinto que cada segundo é um petardo
Se eu disser que posso ser bom ou mau
Ainda não disse para que veio a civilização
Porque corto na carne

Por isso, AMOR, transgrida.

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