A fenda

    A essa hora não penso mais em perdão nem redenção, tudo já está consumado. As declarações e buquês já foram trocados, as carícias já levaram as almas ao paraíso do prazer, o amor já se instalou nas duas partições. Como o seu beijo é bom, seu perfume me faz tão bem, liguei para você a tarde inteira. Atenção e afeto não faltam, até por que um seria o bem do outro. Várias noites juntos, simplesmente o abraço dele é ótimo, toda vez que ouço a sorte, as tuas virtudes me vem na cabeça. Uma paixão jovem e desimpedida, logo eu que tinha tantos planos e estava disposta a cumprir todos eles.  Mas todo amor se foi repentinamente. Foi como um tsunami de fogo, que passou e destruiu tudo com muita violência. Sem causa ou reação, a raiva e amor se misturam a confusão além de tudo. Infantilidade, desconhecimento talvez. A vaidade com que construí nosso relacionamento se esvaiu, vazou pelas culatras, se abriu uma fenda no meu peito e por ela escorreu todo o meu ânimo. Ingenuamente o fim.

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