experiências a renovar.



Chega repentina a notícia mais difícil de ouvir: Meu filho matou um cara. Por um acaso eu te criei para matar alguém? Com que intuito você fez essa merda? Teus princípios onde estão? Nunca vi meu filho matar uma mosca e agora isto. Para colocar minha mente em desordem e tornar caótica minha vida. Recebo um tsunami de indagações e um branco total de qual atitude deverei tomar. Tentar dormir é difícil, pois a ação normal é ficar puto com tudo isso. Fui aos calmantes, para pregar os olhos, por pelo menos 2 horas. Mais parecia que o assassino era eu, pois ainda sim responderia pelo menor. Na manhã seguinte, moribundo de frustrações, o levei à delegacia, para prestação de depoimento e afirmação da entrega à polícia, onde fui requerido de um depoimento de praxe, quando tive que recitar o longo sermão de princípios ensinados ao Jorge, nesses seus 17 anos de vida. Poucas palavras trocadas entre mim e ele expressavam tamanha indignação. Ao chegar a casa, conheci o Jorge drogado, mau-elemento e depois  o ultimato: Filho, seja homem e honre qualquer que seja seu compromisso em matar esse indivíduo, pague pelos seus crimes e pecados, vá para a cadeia, cumpra sua pena, você não precisa mais dos meus sermões, aprenderá com suas experiências, acredito que tua consciência te deu um forte castigo, faça sua sentença, apenas. E agitando a cabeça baixa, meu filho se despediu de mim, com um abraço e se retirou ao seu quarto, quando eu me retirei também, sem trocar nenhuma palavra com a sua mãe. Fiquei pensativo, triste em saber que meu filho traçara um mau futuro, até ali. Feliz em saber o quão responsável é, pelos seus atos, mesmo não tendo a capacidade de avaliar a merda que fez. Boa história para contar aos entes não é, mas talvez me fortaleça e ao Jorge ainda mais. Devo apenas rogar por ele, para que consiga superar tal experiência tão embaraçosa, mortal para ambos. Que ele organize o conflito que causou nele e em seu entorno. O mais complicado é superar essa marca que tatuou sua reputação, mas estarei ao seu lado, afinal. Não sou nem cúmplice, tampouco serei submisso à meu filho, mas estarei disposto a ouvir e juntamente com ele, traçar metas para sobrepor tumultos anteriores.

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