Ele nunca veio.

 Ele metia-me num vício
E exigia-me a flor lívida,
Porque ela esgrimia o suor
Que só um velho garboso
Dizia-me o sabor ao certo.

Ele tragava, sem mote nem punho,
Primeiro meus olhos estrábicos
Depois meu seio esquerdo
Para sugar todo o óleo de amor

Ele, de súbito, não mais me viu
Como uma puta incurável.
Seu cabelo esvoaçava-se
No vento seco da rua
O olho úmido queria cerrar
Pela esperança de sentimentos
Que nutriu levianos.

Ele abriu os braços e se atirou
Do precipício da montanha sua
Que nunca me coube.
E só à luz do seu sol,
Que me iluminava
Mas não luzia a outrem,
Ele findou, porque nunca veio.

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