Nada Madrugada.

A reza da madrugada se faz em silêncio
Ajoelhado, peço paz ao meu filho
Ao meu pai, minha mãe, família
Peço um arranha-céu, peço para ir ao céu
Peço sucesso e excesso, se Ele assim prouver
O meu rosário despedaça, a cruz cai debaixo da cama
Eu levanto, lavo o rosto, olho a hora
Desejo boa aurora e vou trabalhar.
Digo nada, faço nada, ando no nada
Trabalho no nada, como no nada
Volto para o nada, assisto ao nada
Quando vou-me deitar no nada
Confiro o nada e ajoelho-me
É madrugada, hora de rezar
Mais uma entoada de credos
A pedida de prédios e escaladas
Niilismo preferido, mais que vivido
Quando vou e volto, volto a rezar
Em plena madrugada, crepúsculo do sertão.

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