quarto.


À mão tenho pauta, tinta, dedos preguiçosos e algumas ideias. Ao meu redor tenho paredes, quatro. Algumas tomadas e uma lâmpada, acesa. Estou sobre a cama, com lençóis amassados, algumas roupas por cima do detalhe da cama. No chão, um ventilador sobre um banco de madeira. Uma bolsa com vários utensílios em desuso. Sinto a falta, apenas, do violão, que não vem mais a soar. À parede está um relógio-violão, vagueando nos ponteiros. Ouço apenas o som do silêncio. A cama retém pouco espaço de um quarto sem personalidade. Rente à outra parede, uma cortina enfeitando a janela. Noite sem vento, vidraça fechada. Paredes e teto pintados, sem sujeira. Ambiente de rara bagunça, pouca mobília e pouca gente. Na boca um gosto peculiar de criatividade. No meio do dormitório, sobre a cama, de bruços, o rapaz.     

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