roubos.


Como faz uma criança, me pergunto o que é um ladrão? O que o leva a roubar, quais impulsos tem e que sonhos alimenta. Pergunto-me o que sente o bandido na necessidade do furto. O pulsar efusivo dando respaldo para a loucura. Pegar na arma, buscar o esconderijo, tomar coragem, respirar fundo e gritar “Mãos ao alto”. As veias oculares e corporais berrando o ódio, ocultando o medo e a mediocridade. O poder sobre a vida do outro, mas a submissão à própria psicopatia. A impotência alastrada, impregnada como um fedor. Um ser que não tem nada a perder, amputado de afetos, exalando perigo, audácia e delírios. O gatilho, a lâmina em punho aguardando o sinal: ‘positivo’, o lucro; negativo, a reação. Com o lucro em mãos, a fuga e o alívio se cumprimentam, enquanto o remorso não bate à porta. Com a reação, o gasto de balas, de nervos, de suor e pânico, da covardia e da coragem consumidas entre envolvidos, meliante e vítima. Uma lástima que se repete constantemente, um veneno dizimando, um antraz que se dissemina, um mal confuso, difuso, arredio que assombra sempre que pode, hoje, mais que nunca. 

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